Xavier Cuiñas


Criador de universos subtis, Xavier Cuiñas explora os limites da escultura e sua relação com o espaço, entrando em mundos nos quais o vazio, a sombra e o movimento compõem uma delicada

arquitetura de formas. As suas obras são pura poesia para os sentidos que nos prendem pela sua beleza e harmonia. Construídas com materiais básicos, como arame ou madeira, muitas vezes resgatados do abandono, estas obras nascem de um processo meticuloso que nos lembra o trabalho do ourives, que é construído pouco a pouco em busca do perfeito equilíbrio.

 

Os seus conhecidos móbiles relacionam-no com os de Calder, pelo movimento ou vibração ao mais leve toque manual ou balançando-se ao vaivém de um golpe de ar num espaço exterior. Logo tornam-se mais construtivistas. Hoje as suas experiências aproximam-se mais da ciência e da física, até mesmo das equações matemáticas. Formas melancólicas porque exprimem o derramar e o cair, e embora estejam libertas de qualquer semelhança com a realidade podem-nos lembrar uma árvore de porte triste como o salgueiro-chorão ou outras estruturas naturais encontradas no campo ou geradas pelas condições climáticas por um ciclone ou furacão.


Algumas das suas peças nasceram em momentos de grande fragilidade espiritual, produto de acidentes ambientais que tocaram o seu coração como os incêndios e o feismo arquitectónico deixado no meio ambiente. É quando decide, como uma atitude de luta e reforço do que queria preservar, ficar naquelas paredes de contenção. Os seus actuais projectos foram perdendo peso e derivaram em "Mensageiros do espaço ", esculturas quase convertidas em meros esqueletos de arame com subtis acompanhamentos abstractos. Muitas dessas estruturas rítmicas e cadenciadas lembram aqueles objectos pendentes que adornam muitos espaços para harmonizar ambientes e dinamizar o fluxo enérgico local.

 

A creator of subtle universes, Xavier Cuiñas explores the limits of sculpture and its relationship with space, entering worlds in which emptiness, shadow and movement make up a delicate

architecture of forms. His works are pure poetry for the senses, captivating us with their beauty and harmony. Built with basic materials such as wire or wood, often rescued from abandonment, these works are born out of a meticulous process that reminds us of the work of a goldsmith, which is built little by little in search of the perfect balance.



His well-known mobiles are related to Calder's, in that they move or vibrate at the slightest touch of the hand or sway as the air blows through an outdoor space. They soon became more constructivist. Today their experiments are closer to science and physics, even mathematical equations. Melancholic forms because they express the pouring and falling, and although they are free of any resemblance to reality, they can remind us of a sad tree like the weeping willow or other natural structures found in the countryside or generated by the weather conditions of a cyclone or hurricane.



Some of his pieces were born in moments of great spiritual fragility, the product of environmental accidents that touched his heart, such as fires and the architectural ugly left in the environment. That's when he decided, as an attitude of struggle and reinforcement of what he wanted to preserve, to stay within those walls of containment. His current projects have been losing weight and have led to ‘Messengers of Space’, sculptures that have almost become mere wire skeletons with subtle abstract accompaniments. Many of these rhythmic and cadenced structures are reminiscent of those pendant objects that adorn many spaces to harmonise environments and energise the local energetic flow.


Fátima Otero. Critica de Arte